*
Olho a rua sombria onde chove
Enaltecendo o teu ser que passa
Sinto que o espírito se comove
Ao ver-te através da vidraça
Caminhas altiva e indiferente
Como se a chuva não molhasse
E não soubesses que existe gente
Que com saudade te amasse
Baixas o olhar, onde brilha a timidez
Passos acelerados, cadenciados, talvez
Alando da chuva, ventania que grassa
E nem uma vez o teu olhar se acende
E nem por uns momentos se prende
Naquele que te olha através da vidraça
*