A minha Lista de blogues

terça-feira, 18 de outubro de 2022

GENTE POBRE, GENTE HONRADA

 

Madrugada. Acordar de um sono profundo
O medo do escuro que invade o quarto
Um quarto sem divisão. Ouve o vento
Vento que entra através das paredes nuas
Feitas de junco, seco ao sol da tarde
Colchão cheio de carapela seca do milho
Silêncio que sussurra aos seus ouvidos
E lhe diz que não existe luz elétrica
.
A seu lado dorme o seu irmão mais novo
Pelo escuro, nota que o dia ainda vem longe
Não ouve o cantar do galo, qual despertador
Que nem sabe onde existe, quiçá se existe
Sobre a mesa, um candeeiro de petróleo
Apagado. Ao lado os seus pais dormem
Numa cama feita de troncos e tábuas
Como a sua. Pobres, honestos, honrados
.
Barraca velha, sem luz, sem quarto de banho
Dentro gente modesta, digna, com caráter,
Homens e mulheres que educam os seus filhos
Que lhes mostram que ser pobre não é desonra
Que lhes ensinam a respeitar os outros seres
Que lhe mostram como amar os animais
Que repartem o pão, a sopa, a dignidade
Que lhes mostram e ensinam a ser GENTE.
...................................................
.
.
NOTA: A minha homenagem a todas as pessoas pobres que vivem, ainda hoje, em situações sub-humanas. Muitas em bairros de lata e não só, a fazer lembrar os pobres que há 50/60 anos viviam no campo, onde se trabalhava como escravo, para os grandes proprietários, os quais, por vezes, pagavam ao fim do dia de Sábado, com um kilo de batatas, quatro ou cinco cenouras, um pão duro, e umas folhas de couve. Com isso, se dava de comer aos filhos . . . A miséria de antigamente - vivia-se no campo em barracas como a foto mostra - parece estar a voltar a acontecer. Já existe fome em muito lar.

TUDO o que relata o POEMA é baseado em fatos reais.
.
"" R y k @ r d o ""
.
.

65 comentários:

  1. Bom dia com alegria
    boa semana em harmonia
    e cores bonitas de Outono, que a pobreza
    infelizmente é a riqueza
    de alguns... Boa Semana Ricardo.

    ResponderEliminar
  2. A pobreza é um flagelo difícil de eliminar neste mundo de injustiça e desequilíbrio.
    Um poema emocional, Rykardo
    Boa Semana
    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Son demasiados, uno ya es mucho. Un problema que está presente desde los orígenes de la humanidad. Abrazos

    ResponderEliminar
  4. In the night, we can't see the wind but only feel it -
    yes problems for the world as always.

    ResponderEliminar
  5. A triste realidade de uma grane parte da humanidade.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

    ResponderEliminar
  6. Bonita homenagem, apesar que seria melhor era nem fazê-la, pois não era uma realidade. Infelizmente não vejo o futuro com bons olhos.

    Boa semana

    ResponderEliminar
  7. Buenos dias, es asi de cierto y de cruel la pobreza de hace varias décadas nos vuelve asolar. Un poema que bien lo refleja . Un abrazo.

    ResponderEliminar
  8. A pobreza sempre foi um dos grandes inimigos da sociedade. Antigamente, havia muitos mais pobres. Agora, serão menos, mas a pobreza que existe é mais profunda, pois nem pão duro ou uma folha de couve muitas vezes há para repartir.
    Excelente poema, os meus aplausos.
    Boa semana, caro Ricardo.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  9. Uma bela reflexão! estamos a voltar ao tempo dos nossos pais, mas hoje em dia por causa de criminosos que pretendem manter as "massas" na miséria. Criminosos que nunca pagarão pelos seus crimes neste mundo sujo e injusto. Mas a justiça divina não falha! O Justo Juíz lhes fará frente e eles não terão mais onde se esconder! Abraço

    ResponderEliminar
  10. Muito linda a leitura da realidade em tua poesia!
    Falaste tudo! Adorei! Na pobreza e simplicidade podemos ter lições de vida!
    Ótima semana, abraços, chica

    ResponderEliminar
  11. Uma homenagem tão comovente do passado e da actualidade onde todos temos o dever de ajudar. Eu ajudo directamente até onde os meus braços chegam porque não acredito nas associações e outras, onde há gente honesta e sobretudo desonesta.
    Parabéns Ricardo por este poema.
    Beijos e um bom dia

    ResponderEliminar
  12. Enhorabuena por tu texto y tu humanidad. Maravilloso relato Ricardo. :D

    ResponderEliminar
  13. Olá, amigo Ricardo,
    Triste realidade, aqui bem retratada nestas belas palavras!
    Excelente homenagem aos mais desfavorecidos.
    Votos de uma feliz semana, com muita saúde.
    Abraço amigo.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

    ResponderEliminar
  14. Bom dia, Ricardo
    Lindo poema, os pobres tem um coração enorme, gostam muito de servir e abençoar as pessoas, mesmo tempo pouco. Em II Corintios 6:10 diz: "como entristecidos, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo". Um forte abraço.

    ResponderEliminar
  15. *mesmo tendo pouco, consertando a frase acima.

    ResponderEliminar
  16. Uma bonita homenagem á dignidade das pessoas que parecendo não ter nada têm tudo o que é necessário para educar os filhos. Um poema cheio de motivos de reflexão.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  17. Una preziosa dedica a tutte quelle persone che si trovano in difficoltà economiche, ma che hanno buon cuore e vanno rispettate. Grazie per questo bel pensiero, Riccardo, buona settimana, silvia

    ResponderEliminar
  18. Ricardo; Este teu poema fez-me recuar ate ao tempo dos meus avós, quando eu passava temporadas por lá...Em que dormia com a minha tia mais nova e, logo de manhã se ouviam as pombas a cantar no telhado porque a casa era sem placa, só com telha. Sim, os colchões eram de palha, cosidos, e de vez em quando abriam para arejar a palha. Tenho tantas lembranças desses tempos, nos meus avós, que davam sei lá quantas páginas, (umas boas e outras menos boas), mas adiante...Eram tempos talvez mais saudáveis embora a pobreza fosse muita. Pobreza, mas com a tal honra e dignidade
    Acho que ambos temos muitas coisas em comum, muito mais do que imaginamos

    Adorei, este poema livre, que está escrito com alma, o que não deixa ninguém indiferente. Que bom este despertar de emoções boas! Aqui está, cada vez mais me convenço que, as pessoas mais humildes e honradas foram aquelas que viveram da forma como a que descreveste.

    Outra coisa... hoje, há muita gente pobre (mas pobre de espírito). Outras, lutam e não conseguem porque lhes são cortadas as oportunidades. Anão obstante, a vida está cada vez mais a andar para trás! Não desvalorizando a pobreza que está a crescer!

    Tiro-te o meu chapéu a tão magistral e rico poema! [retalhos da vida ]...Parabéns Poeta! 😘
    Beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá amiga poetisa, Cidália Ferreira

      Obrigado de coração. Este teu comentário deixou-me comovido. Mais uma vez: OBRIGADO pelo carinho.

      Beijinhos ternurentos e...RICOS ... na sua essência de pureza.

      Eliminar
    2. Um comentário que enriquece o retrato poético sobre a „gente pobre“ do Ricardo!!
      No tempo da velha senhora, a igreja católica consolou e escravizou os pobres, com palavras ocas como, por exemplo, que aos pobres pertencia o reino dos céus.
      Entretanto, o povo não vai nisso.
      Cuidado!!
      Nem todos os pobres são honrados.
      Nem todos os ricos são desonestos.
      Há de tudo como na farmácia.

      Eliminar
    3. Teresa, estimada amiga

      Claro que nem todos os pobres são honrados, nem todos os ricos são desonestos. Não há regra sem exceção. Sem dúvida alguma. No tempo da velha senhora os pobres eram uns escravos, não ganhavam para dar uma vida digna aos filhos (onde incluo os meus pais já falecidos, que trabalhavam no campo de sol a sol) e os que reclamavam iam parar com os costados ao Tarrafal e a outras miseráveis prisões afetas ao regime, onde sofriam o que até custa a acreditar. Sei de "estórias" verídicas que nem imaginas. Nem imaginas mesmo.
      Nasci e vivi no campo até aos 11/12 anos até vir para a zona de Lisboa, onde fiquei sozinho. E a emoção não me deixa escrever mais nada.

      Fica bem

      Eliminar
  19. Uma bonita e profunda homenagem em que podemos refletir, o quão difícil é a vida de um pai e mãe ao ver seus filho com fome, e eles não ter um prato de comida para alimentá-los.
    Deve ser uma situação muito triste!
    Que Deus tenha misericórdia de todos.

    Boa semana, Ricardo!
    Um abraço

    ResponderEliminar
  20. Que pena de situación, ningún ser humano debería de pasar por esta miseria, toda persona debe de vivir con dignidad cubriendo todas sus necesidades.Saludos

    ResponderEliminar
  21. O meu respeito e a minha homenagem a essas pessoas juntam-se ao seu belissimo e emocionante poema neste inútil Dia Contra a Pobreza.

    Saudações cordiais e boa semana

    ResponderEliminar
  22. Uma linda homenagem, ao que as pessoas muitas vezes se esquecem.
    A lealdade às raízes, às nossas raízes.
    Gostei

    ResponderEliminar
  23. Aplaudindo aqui tão linda homenagem, Ricardo.
    Tenha uma semana abençoada.
    Um abraço.
    Verena.

    ResponderEliminar
  24. Belíssimo poema, emocionante homenagem.
    Ricardo, os seus versos tocaram o meu coração.
    Beijo, boa semana.

    ResponderEliminar
  25. Bela homenagem. É um tema sobre o qual todos devemos refletir.
    Boa semana

    ResponderEliminar
  26. Pobreza y dignidad coexisten en la humildad de la gente que no tuvo todas a favor en su vida y sin embargo progresó en humanidad... Me encantó el mensaje de su poema homenaje, amigo.

    Abrazo agradecido.

    ResponderEliminar
  27. Tal vez mi comentario blogger lo envíe a su casilla de spam?

    ResponderEliminar
  28. Gostei,mas é a verdade nua e crua,eu desse tempo mas quase, não falta muito,para voltarmos ao mesmo, senão pior

    ResponderEliminar
  29. Ok. Mas hoje até custa a ler. É quase a história do Menino Jesus que quando nasceu foi deitado na manjedoura, há 2022 anos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lenor

      Existe muito ser humano, criança, jovem. adulto, que sem ser o Menino Jesus - muito, muito longe de o ser - , se deitou (e continua a deitar) num colchão de palha, mesmo sem ser numa manjedoura. E não são precisos 50 anos, quanto mais 2022.

      Eliminar
  30. Um excelente poema que muito me emocionou porque eu vivi assim até à idade adulta.
    Sei bem o que são noites frias de inverno, com o vento soprando pelas frestas das tábuas que compunham a barraca. Lembro-me de quando o ciclone de 58 levou as telhas do velho barracão e de como nessa noite deitamos numa os três irmãos na mesma cama de colchão de centeio ensopado, sob mantas de trapos que iam encharcando à medida que a chuva intensa caía.
    Abraço, saúde e boa semana
    Abraço, saúde e boa semana

    ResponderEliminar
  31. Uma realidade que assusta e que está presente mundo a fora. Não é da pobreza que vem a falta de caráter. Ficou muito bela sua homenagem que eu gostaria nunca precisasse ser feita. Infelizmente, uma situação que se agrava a cada dia. Abraço.

    ResponderEliminar
  32. Duro y bello alegato... duele pero es una realidad.
    Un abrazo.

    ResponderEliminar
  33. Poetizou com realidades muito duras e expressou belezas do seu coração. Há pobres muito ricos em caráter e paz, também existem ricos pobres demais no interior e nas atitudes.
    Boa semana. Abç

    ResponderEliminar
  34. Tristemente, Ricardo, a pobreza ronda, espreita a cada canto e, tantas vezes, encontra brechas por onde entrar... um flagelo a que não estamos imunes nestes tempos de tantos erros e maldades...

    Beijinhos e boa semana!

    ResponderEliminar
  35. Infelizmente a maioria da fome vive nos países "Comunistas", Olhe para a Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, China. Não é o BE e o PCP que querem Portugal fora da UE e Nato.
    Viveríamos do quê?! Avante Camarada?!
    Boa semana

    ResponderEliminar
  36. Cierto todo lo que nos dices en poema y el resto de la publicación.
    Yo no desciendo de familias pudientes ya que fueron trabajadores del campo toda la vida y me inculcaron como dices la honradez. Algún vago recuerdo de esos colchones de hojas de maíz tengo, aunque no se de donde las sacarían ya que no se sembraba por entonces en la zona o al menos en tanta cantidad como ahora, se les denominaba "jergones". Mi padre tenía unas pocas ovejas que pastoreaba con las del jefe y a costa de no vender la lana teníamos colchones de lana.

    Saludos.

    ResponderEliminar
  37. Linda homenagem e que dá muito que pensar!!

    Boa semana, bjs.
    http://www.opecadomoraemcasa.pt/

    ResponderEliminar
  38. Muito triste e reflexivo.

    https://www.biigthais.com/

    Beijoos ;*

    ResponderEliminar
  39. Profundo y fuerte poema. Me gusto tu homenaje. Te mando un beso.

    ResponderEliminar
  40. Tremendo homenaje si señor, esperemos que no se repita la historia aunque hay datos e indicios para desconfiar.
    Feliz semana.
    Saludos Cordiales.

    ResponderEliminar
  41. Infelizmente é cada vez mais a realidade dos tempos de hoje.... Os pobres ficam mais pobres, mas os ricos ficam mais ricos.... Cumprimentos

    ResponderEliminar
  42. A passar por cá para conhecer mais um bonito poema.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

    ResponderEliminar
  43. Así es amigo, bello y triste poema de protesta que a día de hoy parece que la humanidad, en vez de avanzar, retroceda a los anales de las penurias y la escasez cuando algunos terratenientes dominaban ciertas partes del mundo pagando con miserias a sus trabajadores. Estas cosas no se pueden ni permitir ni tolerar a día de hoy.
    Un abrazo Rykardo, por un mundo más humano y fraternal.

    ResponderEliminar
  44. Uma bela homenagem a esta triste realidade. Boa semana

    ResponderEliminar
  45. Ricardo,
    Lindo e realista poema.
    Na simplicidade há
    a mesma felicidade que há
    nas famílias com mais recursos,
    desde que haja amor.
    Bjins
    CatiahoAlc.

    ResponderEliminar
  46. Um poema para refletir sobre a desigualdade social que perneia o teu Portugal e o meu Brasil. Muito bom, poeta. Parabéns.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  47. Boa tarde Ricardo,
    Um poema magnífico que infelizmente trata de um tema cada vez mais atual, quando pensávamos que já eram tempos passados.
    Linda e merecida homenagem a tantas pessoas que faz das tripas coração para educar os seus filhos e para lhes dar o sustento.
    Beijinhos e continuação de boa semana.
    Ailime

    ResponderEliminar
  48. Como diz uma música que eu conheço:
    "Miséria é miséria em qualquer canto."
    Por aqui tem muitos vivendo assim,
    infelizmente.

    Ane :-*
    De Outro Mundo

    ResponderEliminar
  49. É triste perceber que os tempos de miséria estão de volta. Nem sei que pensar.
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  50. A reality that is present around the world.

    All the best Jan

    ResponderEliminar
  51. Boa noite, Ricardo,

    Que belo e sensível poema. Ser pobre nunca foi desonra, muitas vezes é prova de caráter e de humildade.

    Abraço

    ResponderEliminar
  52. Oiii amigo Ricardo,
    que poema.... para refletir
    Tenha uma boa semana
    Abraços
    Blog Vou Arrasar

    ResponderEliminar
  53. Bom dia de sábado, Ricardo!
    Por aqui no Brasil, a pobreza está se alastrando. Uma tristeza imensa a fome e a miséria.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Abraços fraternos

    ResponderEliminar
  54. Um poema sentido, profundo e sublime.
    Infelizmente a pobreza alastra-se cada vez mais por todo o lado.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  55. Um belo poema que retrata bem o que foi anos atrás e o que por aí vem.
    Dum país mal governado e muita corrupção não se pode esperar muito.
    Quem paga é o povo

    Beijinhos

    ResponderEliminar

Gostou do que leu? Se gostou, deixe um comentário. Se não gostou deixe na mesma ... Leve consigo o meu agradecimento pela sua visita. Obrigado de coração.