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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Subi a serra queimada e, olhando à minha volta ... triste, chorei


Subi a serra queimada
Triste, seca, desolada
Antes fértil, agora abandonada
Caminhei através das cinzas
Árvores nuas, acastanhadas
Cabisbaixo, cheguei ao cume
Torpe destruição feita pelo lume
Sentei-me numa pedra gasta e suja
Olhei o vazio da encosta
No céu uma nuvem negra
Pairando sobre a devastação
Uma ave poisa num pau queimado
Olha para mim, parece admirado 
Outra ave igual esvoaça junto dessa
São testemunhas da solidão
Parecem esperar a Primavera
Desejam fazer ali o seu ninho
Mas onde, em que raminho
Nada vem a ser o que era
Levantei-me, devagarinho
Comecei a descer a encosta
Pedi que as cinzas partissem
Que outras árvores voltassem a nascer
Que novas vidas ali consigam viver
Namorar, procriar, sobreviver
Olhei à minha volta
Na vastidão das cinzas, pensei
Não, não há volta
E dentro da minha revolta
Chorei
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terça-feira, 28 de novembro de 2017

Meu coração suspira alto, em amor profundo

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Meu coração suspira alto, em amor profundo
Minha alma vagueia em alheação destroçada
Navego por lágrimas molhadas deste mundo
Idealizando que vives em meu olhar de nada
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Amei-te do alto da dor, coroa do sentimento
Caminhei através d'um acreditar desvairado
Foi o amor, frio mundo de deslumbramento
Em que vaguearam meus olhos apaixonados
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Foi a luz do sol testemunha de doces beijos
Trocados por amor, em flagelados desejos
Pensando que nos teus lábios havia paixão
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Foi a luz do luar, vigilante do meu carinho
Quando te confessava meu amor, baixinho
E tu sorrias dos desvarios do meu coração
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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Chega a noite, abro a janela, luar de ternura


Chega a noite, abro a janela, luar de ternura
Ideio o teu sorriso na luz serena das estrelas
Luar é testemunha do meu olhar de procura
Afloram ao meu sentir e não sei entendê-las
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São a luz dos teus lábios em libido perfume
Noite esculpida pela nostalgia do teu fulgor
Brilho do teu corpo me queima como lume
Na amena aragem que me refresca de amor
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Janela aberta, onde debruço o pensamento
Onde o teu reflexo é um negro sentimento
Dentro dos efeitos das estrelas iluminadas
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Chega a noite, abro a janela, doce aragem
Refresca a minha alma pela tua passagem
No utópico das noites de amor, esvaziadas.
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Autor: Eu,

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Chegam em choros de cansaço, ondas trinadas


Alto mar. Ondas que se esbatem pelo caminho
Desejando caminhar até ao descanso no areal
Mascaram o seu desejo em abraços de carinho
Querendo chegar onde ninguém lhes faça mal

Chegam em choros de cansaço, ondas trinadas
Parecem deleitar-se escorrendo em vai e vem
Deixam lágrimas em puras gotas, imaculadas
Oferecem frescura de amor sem olhar a quem
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São as gaivotas, companheiras da longa viagem
São os barcos que nelas navegam em harmonia
São os peixes seus filhos, bênçãos conseguidas
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Aves que voam solfejando poemas de coragem
Agradecem ao mar alto o fim da sua monotonia
Ao verem no areal gotas sarando as suas feridas
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Autor: Eu
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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Comparo o teu sorriso a uma noite de luar


Comparo o teu sorriso  a uma noite de luar
Teus lábios ao fulgor do aroma de uma flor
Teu corpo às ondas de afecto vindas do mar
Que trazem palavras de serenidade e amor
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Equiparo a tua ternura ao sol de Primavera
À fresca aragem que meus sentidos, extasia
Teus beijos têm a harmonia de uma quimera
Fazendo meu devaneio viajar pela fantasia
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Teu corpo exala perfume de um amor fraterno
Abrasa meu pensamento como sol de inverno
Em raios de fervor que meu peito faz aquecer
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Nas noites em que o luar é minha companhia
Penso em ti e toda aquela veemente nostalgia
Me diz que és a principal razão do meu viver
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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Circulam claridades pelo meu imóvel olhar


Passo pela rua, olho para o andar primeiro
Fico parado, esperando ver a luz do teu ser
Nostálgico, porque me entrego por inteiro
E nem o teu lindo sorriso consigo merecer
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Olho a tua janela, avisto uma ténue alvura
Luz ligada, serena, qual estrela que dança
Imagino teus passos, torneados de postura
Idealizados em meus sonhos de esperança
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Circulam claridades pelo meu imóvel olhar
Fixado na ilusão de ver tuas vestes de amor
Circulando naquela penumbra doce e sadia
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Saltita meu coração por o quarto se iluminar
Surges vestida de luz, qual sombra, feita flor
Sozinho na rua, ao meu olhar, foste fantasia

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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Não me olhes com esses olhos de adoração

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Não me olhes com esses olhos de adoração
Não me beijes como se beija quem se ama
Não excites a libido do meu pobre coração
Que pelo teu solta ais de veemente chama
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Não me chames de amor em forma delicada
Não desnudes o som dos termos da idolatria
Não sorrias, quando não ofereces mais nada
Fazendo tão triste a luz da noite e sol do dia
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Não deixes que este tormento que me devasta
E que de teu coração tão impiedoso me afasta
E me esmaga o imaginário a todo o momento
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Faça do meu pensamento uma rima de ironia
Que pensando em ti meu amor seja zombaria
Do que já foi um tão transparente sentimento
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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Amar é um sentimento que nasce em flor

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Amar é um sentimento que nasce em flor
Que se rega com vocábulos de fidelidade
Que é sorriso, tristeza, sentimento e dor
Quando a palavra se disfarça de verdade
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Amor nasce, não se inventa, não se implora
Não se brinca com a estirpe do pensamento
Lágrima é tristeza de um coração que chora
Quando a mentira é vil corte do sentimento
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Coração que ama, desabafa na cor do sorriso
Entrega-se em delírio no limar do improviso
Deambula pelas frias arestas da lúcida ilusão
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Salta sem rede por declives de dor e tristeza
Acredita que em seu redor só existe a beleza
Caindo muitas vezes em fundos de desilusão
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