Triste, seca, desolada
Antes fértil, agora abandonada
Caminhei através das cinzas
Árvores nuas, acastanhadas
Cabisbaixo, cheguei ao cume
Torpe destruição feita pelo lume
Sentei-me numa pedra gasta e suja
Olhei o vazio da encosta
No céu uma nuvem negra
Pairando sobre a devastação
Uma ave poisa num pau queimado
Olha para mim, parece admirado
Outra ave igual esvoaça junto dessa
São testemunhas da solidão
São testemunhas da solidão
Parecem esperar a Primavera
Desejam fazer ali o seu ninho
Mas onde, em que raminho
Mas onde, em que raminho
Nada vem a ser o que era
Levantei-me, devagarinho
Comecei a descer a encosta
Pedi que as cinzas partissem
Que outras árvores voltassem a nascer
Que novas vidas ali consigam viver
Namorar, procriar, sobreviver
Olhei à minha volta
Na vastidão das cinzas, pensei
Não, não há volta
E dentro da minha revolta
Chorei
.
.
Linda e triste poesia...Triste cenário que faz chorar! abraços, chica
ResponderEliminarBom dia. Poema lindo e verdadeiro. "hoje" as chuvas fazem falta para tudo voltar ao normal, o que é difícil.Lindo.
ResponderEliminarHoje: [Quero ser a lua, a noite, a chama que chega]
Bjos
Feliz, Quinta-Feira
Um poema que retrata o que se passou no último verão em Portugal. Triste realidade
ResponderEliminarAbraço
Bom dia Ricardo!
ResponderEliminarSempre com poemas encantadores. Apesar de retratar um passado recente de uma tristeza infinita, não deixa de ter a sua beleza. AMEI.
Beijo
Ricardo é uma pena ver um lugar como esse assim, sua poesia linda e também triste, que venha dias melhores, Ricardo bjs.
ResponderEliminarhttp://www.lucimarmoreira.com/
Muito triste saber o que aconteceu e mais ainda com as famílias que perderam suas moradias e talvez familiares.
ResponderEliminarVocê relatou divinamente esse acontecido.
Bjs e obrigada pela visita.
Carmen Lúcia.
É Ricardo, é de chorar mesmo. Eu daqui chorei o desastre que ceifou muitas pessoas. É injusto.
ResponderEliminarMas quem poderá ir contra os desígnios de Deus?
Estamos aqui na Terra apenas de passagem, mas não precisava ser assim.
Beijos
Lua Singular
Lindo demais! Quem não se lembra do Inferno do verão passado?
ResponderEliminarBeijinhos
OI RICARDO!
ResponderEliminarEMOCIONANTE E O PIOR É QUE NÃO SE PODE DIZER" LINDO" PORQUE TRATA-SE DE REALIDADE NÃO DE INSPIRAÇÃO MAS, POSSO DIZER QUE VEIO DA ALMA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Um belo poema no qual o autor projeta sua sensibilidade, a alma chorosa e sofrida diante do clamor da natureza devastada pela incúria e ganância dos homens. Parabéns, poeta.
ResponderEliminarRicardo
ResponderEliminarum poema cheio de sensibilidade.
uma realidade que nos deixa uma angustia e uma vontade imensa de chorar.
emocionada fiquei.
beijinhos
:)
Magnífico Poema de realidade próxima. As cinzas sempre entristecem a Alma. Nem um raminho de esperança.
ResponderEliminarAbraço
SOL
Que lindo... se der para chamar essa tragédia de lindo!! Mas versos tristes têm beleza.
ResponderEliminarUm ótimo domingo,
bj