Dia das bruxas: Quando jovem ouvia...

 

Quando jovem, ouvia falar, sem perceber

Quando o dia das bruxas, se aproximava

Meu pai dizia: ainda és novo para saber

Quando casares, saberás do que eu falava

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É que ouvia o meu pai com alguém zangado

E praguejava, falando de bruxa com aquela

Que era a minha mãe que num ato atarefado

Mexia a sopa, que fervia dentro da panela

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Dizia o meu pai, cara cerrada, mal humorado

Para a minha mãe: Espero que não vire moda

Se a tua mãe, para cá vier, está tudo estragado

É genuíno que se vai avinagrar essa sopa toda

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Pensava eu: Sendo a minha avó um miminho

Porque o meu pai fala dela que até estrebucha

Se ela nos devaneia com tanto amor e carinho

Porque será que meu pai a trata como bruxa?

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Reparei no silêncio da minha mãe tão querida

Em ouvir o meu pai, e ficar num ar comovido

É que, a sua mãe, sogra do meu pai, era viva

E a sogra, mãe do meu pai, já tinha falecido

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Chamar bruxas às sogras, não será o mais certo

Se a nora ou o genro ouvirem, sofrem dura dor

Pois essa idosa mulher, mãe, avó de neta e neto

Tem um coração que transborda de afeto e amor

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Criticava o meu pai, pelo seu feitio continuado

Sendo solteiro, causava-me uma certa confusão

Passaram alguns anos e vendo-se então casado

Digo, meu querido pai, tinhas tanta, tanta razão

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Leiam este poema como uma brincadeira singela

E, sendo mulher, seja sogra, ou que venha a ser

Todas as sogras amam de uma forma linda e bela

De "bruxas" só têm a doce bênção de ser mulher

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Tenham um domingo de Halloween muito feliz

"" R y k @ r d o ""

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