Tinha uma vizinha estudante de filosofia
Na sua janela um papagaio malandrão
Cantava à noite e já ninguém dormia
Tinha um olhar provocante o rapagão
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Esse papagaio falava, bonitão, jovem, maroto
Apaixonou-se quando passou uma rapariguita
Dengoso, olhar atrevido, sorridente o garoto
Nem viu que a miúda, era uma bela piriquita
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Essa, menina bonita, de educação esmerada
Vendo aproximar-se de si o alegre papagaio
Mexendo-se sem jeito, um pouco atrapalhada
Não viu quem era, até pensou ser um gaio
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Não posso com um gaio conversar e namorar
Somos aves pertencentes a um outro mundo
Mas nada impedia o belo papagaio de avançar
Pois tinha por ela um amor doce e profundo
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Esperto o papagaio disse-lhe serenamente
Tira as últimas quatro letras do meu nome
Vamos viver o amor que nos une docemente
Acredita que eu sou uma ave de renome
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Na janela em frente, onde morava a piriquita
Ouvia-se cantares de musicas lindas, antigas
Mostrava a sua melancolia, tristeza e desdita
Por não poder namorar como outras raparigas
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E assim um amor lindo não pode acontecer
Dia e noite, ambos se continuam olhando
Ele, canta, para que ela o consiga entender
Ela, num amor impossível, canta, chorando
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Para todas as amigas/os, votos de um feliz fim de semana, extensivo a todos os vossos familiares.
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"" R y k @ r d o ""
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